quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

UM INSTANTE

Atrás da rua passava um rio, bem não era um rio, afinal nas cidades grandes rios não existem, é canal feito por homens do governo que dizem estar preservando o aspecto da cidade, tornando-a mais aparentavel. Segundo antigos moradores, a muito tempo aquele canal havia sido um lindo riacho com variedades de peixes, mas a civilização o deixaram fedido, com um aspecto cruel, sem vida, de uma cor feia e mórbido para quem admira a natureza.
Encontrava-me atrás da rua, vendo o vai e vem dos carros e das pessoas, estas de aspectos envelhecidas e agitadas, inseguras e com constante mau humor. E aquele rio, me mostrava exatamente quem era o HOMEM!
Meus olhos embargaram, quando a uma pequena distancia de mim, uma linda garotinha de seis anos, gritava palavrões e pulava no leito fedido daquele rio, parecia enlouquecida, mostrando-me que já não tinha ninguém a quem amar e obedecer. Minha real natureza estranhou toda aquele contexto, e uma simples atitude infantil desapropriou-me da minha razão, incomodando-me. Lembrando-me que não era eu, e que estava ali apenas para observar, pois minha natureza encontrava-se em estado de mutação e eu teria que aceitar aquela realidade, embora meu papel agora era dar aos humanos cliques para uma mudança satisfatória na sua natureza hostil e devastadora, tendenciosa para o mal.
Eu tinha me tornado o que tanto ansiei durante toda minha existência:  SER IMORTAL, APAIXONADO PELO MUNDO E PELO HOMEM EM SUA DIVERSIDADE, agora em plena mudança tinha que enxergar a vida do jeito que ela sempre fora, e meus atos deveriam nortear o homem a sua mudança, vim para plantar o AMOR. 
A criança ainda brincava, quando a luz me chamou!
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3 comentários:

  1. Perfeito ... Magnífico!! saudações, Luciana Oliveira!!

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  2. Adorei, muito bonito mesmo.!

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  3. Gostei , muito bom ! me lembrei por um INSTANTE muitas coisas boas e sentimentos bons !

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