quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Desejos..


Uma estranha luz brilha
Fascínio, encantamento...
É tua presença...
Teus olhos capazes de renovar minh’alma
Ensurdece meus sentidos
E me faz delirar

Este delírio..
Me faz incitar-me...
A querer a tua pele sobre a minha

O som noturno da musica lá fora
Sonoriza um desejo
E sedenta de amor
Vejo a plenitude e amplitude de me fazer
Pertencer a ti
Pois sua ausência me extasia...
Num desejo perene de ti ter

A musica insiste e não desiste
De lembrar a ti
Acompanho cada movimento sonoro
Como um desejo...
Onde o atrevimento contido no olhar
Não passará...
Apenas da sensação de pertença...

Mas o destino,
É o destino
Com ele vem as crenças...
Realizações e materializações desse desejo
Um destino.
Criado por mim
Desejado por ti...
Numa volúpia insana
De nos unirmos para sempre!

Amor, puro e simples Amor!!

A, o amor... por onde anda?
Que caminhos ele estar a seguir
Para que eu possa ir ao seu encontro
Para que eu possa senti-lo
Que ele possa apossar-se de minh'alma
Dilacerando-a
Enchendo-me de luz...

Cadê o amor...
Por onde ele passou deixou adocicada
A alma de quem o pertenceu
Ele vive a espreita
Querendo fazer feliz a quem o concebe

Amor que me faz cantar
Me faz feliz
E me faz delirar
Que adentra me alma
Sem licença
Para me deixar em extase!!

Cadê o amor..
Ele estar com voce
Ele é voce
Ele que me deixa liberto
E afirma... a todo instante
Que voce é meu amor!!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A infancia..o começo!?

Sempre imaginamos que quando nascemos tudo é o principio, este conceito é baseada na falta de desconhecimento ou mesmo pautada na fé. Particularmente não penso dessa forma, viemos de uma fonte energética suprema e é lógico já existíamos antes de nos tornar humanos, de escolhermos a que família qual vamos pertencer, creio que esta escolha estar baseada nas experiências que devemos ter para o nosso crescimento espiritual, aqui somos como uma centelha e que precisamos burilar toda a força negativa e positiva que existe dentro de nós, e com o decorrer da existência essas escolhas levará a um aprendizado maior e ao que nos propomos a ser de fato.
Maria Joana tinha 07 anos quando do nada percebeu que existia, era como um despertar, sentimentos diferenciados eclodiam em sua cabeça, e varias vezes se percebia com o olhar perdido sobre a mureta da janela da varanda do quintal onde visualizava o mar como pano de fundo, assim como o abacateiro que inúmeras vezes  se pendurava nas suas pintanças. O contato com a natureza lhe deixava leve, e a fazia transcender, era mágico, ficava inerte como uma luz flutuante e com uma força maior que não sabia com palavras descrever.
Certa vez, nessa mesma janela, que na verdade era uma espécie de meia porta, ou seja uma porta cortada ao meio, ela estava a escovar seus dentes junto com seu irmão de 05 anos e animadamente brincavam com a espuma de suas pasta de dentes quando do nada a  porta se abriu e seu irmão despencou de uma altura enorme caindo entre as pedras, Maria Joana como que no automático se agarrou na porta ficando pendurada, por uns minutos, mas que nesses breves instantes teve a visualização de um ser angelical, que sem muito esforço emburrou a porta de volta e ela caiu no chão da varanda. Nunca esquecera esse fato, la embaixo seu irmão prostado e a sua frente um ser luminoso nunca visto. Acredita ate hoje que este fora seu primeiro contato com essa energia positiva e que no decorrer de sua vida se manifestaria por três vezes, e sempre em situações difíceis.
Seu irmão é claro sobreviveu, ela sabia que tinha o dedo daquele ser luminoso que vira, mas este encontro resignificou sua vida posteriormente, alicerçou sua crença e levou a buscar estudos que esclarecesse aquele breve instante.
Aos 09 anos Maria Joana, possuía certo grau de independência, já ia a escola sozinha, tomava o bonde ou por vezes vinha caminhando, o que achava a experiência emocionante, principalmente  porque se dependurava no bonde, sentindo a fluidez do vento em seu rosto e era  nesses momentos que podia observar tudo ao seu redor e tinha a sensação de liberdade.
Vez por outra encontrava velhos mendigos de olhar profundo e cansado pelos becos por onde passava, o que lhe provocava profunda tristeza, ver a condição sub-humana tão marcante e nada poder fazer. Pensava que aquelas criaturas haviam escolhido este caminho, afinal apesar da luta pela sobrevivência ser tão acirrada, acreditava piamente que qualquer pessoa em qualquer situação social determinava seu próprio caminho, e tinha certeza que era escolha deles viver naquela condição.
O que mais lhe dava prazer nessas suas andanças vindo da escola era a alegria das crianças do curtiço parecia que la habitava a alegria, apesar de toda a condição social desfavoravel, os meninos a jogar bola e correr picula e as meninas adoravam amarelinha, ficavam a pular de um pé só. Algumas vezes em que parava para observar, Anita uma negra de olhos cor de mel a chamava para interagir, e com um sentimento de tristeza sempre dizia que não podia, pois já estava atrasada para chegar em casa, detestava deixar sua mãe esperando para o almoço ou que se preocupasse consigo.
Toda criança sempre tem um amigo especial, alguem que ama mais que tudo e que representa muito para sua vida, Maria Joana tinha uma pessoa especial a qual ela nutria um sentimento muito prazeroso, as vezes ela propria se questionava o por que daquele sentimento, aquela dedicação, sentia como se fosse mais alem da amizade, algo que transcrevia a descrições, era uma ligação espiritual tao forte que em momentos de seus devaneios desejava mudar seu sexo para supostamente ter a pessoa e poder conviver de uma forma mais intima. Aquele sentimento fortalecido em uma idade tão terna mostrava que o amor verdadeiro esta dentro de cada um e muitas vezes de forma adormecida, outras vezes  coeso como fogo, acesso, um amor incomum. Não me refiro aqui a amor sexual, embora no contexto Maria Joana inumeras vezes sonhara tocar os labios de Edite, sua prima, era uma adoração impar, incontestavel que alimentava sua alma e sua vida.
Mas na vida há caminhos de desencontros marcados por desventuras e não poderia ser diferente com Maria Joana, assim num dia comum de domingo aconteceu a primeira briga com Edite, coisa tolas, intrigas dos primos que ja notavam a preferencia diferenciada, o trato, a defesa incondicional frente a todos. Naquele domingo chegaram ao extremos, inflamadas pela maudade mirim dos moleques. O dilema de Maria Joana era só um, como ficaria depois, nao conseguia se defender, e apanhou horrores de Edite. Conseguindo fugir daquela situação, correndo até o fundo do quintal e mergulhando dentro de um tonel enorme de agua, ficando la parada sentindo a agua fria no seu corpo dando um prazer de odor causada pelas unhadas dadas pela prima. Não sabe exatamente quanto tempo ficou ali naquela situação, um tanto ilarica. A voz de sua mãe a trouxe a sua realidade, e automaticamente saiu daquele enorme tonel. Era hora do almoço, era um sabado e sempre nos fins de semana almoçavam juntos seus pais e seu irmão, a mesa o seu pai contava as peripecias do seu trabalho, e sua mae falava da semana e das dificuldades de educar as crianças. Depois do almoço, sempre  tiravamos uma sesta e em seguida iamos brincar com nosso pai.
Pode-se dizer que Maria Joana viveu sua infancia de forma tranquila e amorosa, resolvia suas dificuldades com ponderação e justiça, isso deu a ela um suporte para enfrentamento das dificuldades que encarou na sua vida.
Aos 11 anos se separou definitivamente de sua prima, ela foi morar em Goias e Maria Joana no Rio Grande do Sul, só se reencontrando aos 15 anos, quando Maria Joana não quiz festa e sim uma viagem com o objetivo de rever novamente a prima.
A emoção do encontro foi muito forte, seu coração acelerava, seu pensamento criativo a levava a situações imaginadas que a faziam ruborizar. Desceu do onibus e ao lado da tia caminhava até  a casa dos primos, os meninos ja estavam com 18 anos, no exercito, e ela deveria estar muito linda, e as lembranças  dos momentos vividos foram repassando a cada momento que se aproximava da casa. Finalmente seus olhos encontraram o de Edite, e institivamente correram para o grande abraço, tão forte, caloroso que a fez respirar fortemente. Sua vontade  era enche-la de beijos, mas conteve-se e apenas conversaram. Agora tinha certeza que a amava incondicionalmente.
As ferias acabaram e Maria Joana retornou a sua cidade natal, com a doce sensação de que nunca esqueceria sua prima e aquele amor unilateral .
Aos 17 anos sua primeira desilusão, soube da noticia que sua adorada Edite iria casar. seu mundo veio ao chao, e daquele dia em diante todos os seus sonhos secaram feito uma peuena lagoa num deserto. Nunca esquecera quantos dias chorou e quantas noites ficou sem dormir, imaginando que sua amada estaria ao lado de outro e que ela jamais poderia confessar todo o amor proibido sentido.
Maria Joana namorou, casou, descasou viveu sua vida como uma pessoa comum, mas nunca esqueceu aquela energia sentida, aquele sentido dado a vida que poucos sentem, o Amor, o amor simples e puro.